Intermediando Conhecimento | Edição 3 – Anticorpos anti-espermatozoide

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Os anticorpos e auto-anticorpos foram descritos no final do século 19 e os anticorpos anti-espermatozoide (AAE) foram reportados em homens férteis por volta de 1945. No artigo que trazemos na edição de hoje, são revisadas as causas da formação de AAE, as indicações clínicas e metodologia para diagnóstico. Também é relatada uma pesquisa global que explora os padrões da aplicação clínica da realização da identificação de AAE em homens inférteis.

Os AAE são imunoglobulinas que se ligam a antígenos presentes na superfície do espermatozoide. Eles podem afetar a motilidade espermática, reação acrossômica, capacitação e a fertilização. As principais classes de AAE encontrados no sêmen são IgA e IgG.

As células de Sertoli são responsáveis por formar a barreira hematotesticular, que vai impedir que os espermatozoides e outras células da linhagem germinativa entrem em contato com os anticorpos, porém um rompimento dessa barreira pode levar a essa exposição. Esse rompimento pode ser devido a trauma cirúrgico, torção testicular, condições inflamatórias, câncer testicular, criptorquidia, obstrução ou varicocele. A presença de AAE no sêmen está fortemente associada a azoospermia obstrutiva, estando presente em 70% a 100% dos homens pós-vasctomizados.

Os principais testes para detecção de AAE são: o direto e o indireto. O teste indireto é utilizado para detecção de AAE em fluidos sem espermatozoides (ex: soro inativado pelo calor, muco cervical diluído e plasma seminal). O teste direto pode ser realizado diretamente no sêmen com o teste Spermar comercializado pela Intermedical.

Esse teste é disponibilizado para as duas principais imunoglobulinas envolvidas na infertilidade imunológica: IgA e IgG. Em ambos os testes, sêmen é incubado com partículas revestidas com anticorpos anti-humanos. Caso os espermatozoides tenham AAE em sua superfície, eles irão se ligar aos anticorpos presentes nas partículas. Ao microscópio será possível observar as partículas ligadas aos espermatozoides e onde elas estão ligadas. Assim é possível verificar a porcentagem de espermatozoides ligados a partículas. Nesse teste só devem ser levados em consideração espermatozoides móveis.

A detecção de AAE pode ser uma ferramenta importante para ajudar no tratamento de homens que estejam em investigação de fertilidade. No artigo apresentado, foi realizada uma pesquisa entre profissionais de 31 países. Foram obtidas 66 respostas, sendo 40.9% uro-andrologistas, 27.3% urologistas, 24.2% andrologistas e 7.6% clínicos gerais. Quase metade dos profissionais (42.4%) recomenda o teste para detecção de AAE, principalmente em casos de aglutinação espermática e astenozospermia.

Esse estudo mostra que o teste de detecção de AAE é recomendado em casos específicos, baseado no histórico do paciente e em sua análise seminal. Podendo ser mais uma ferramenta útil no tratamento do paciente.

Se você se interessou pela pesquisa e deseja aumentar seu repertório científico, recomendamos a leitura do artigo a seguir:

Antisperm Antibody Testing: A Comprehensive Review of Its Role in the Management of Immunological Male Infertility and Results of a Global Survey of Clinical Practice

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